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domingo, 12 de dezembro de 2010

Testemunha Fiel

Na verdade, João não fez sinal algum, mas tudo quanto João disse dEste era verdade. E muitos ali creram nEle. João 10:41 e 42.

No anúncio feito a Zacarias, antes do nascimento de João, o anjo declarara: "Será grande diante do Senhor." Luc. 1:15. Que, em face da maneira de avaliar do Céu, constitui a grandeza? - Não o que o mundo reputa como tal; não riqueza, nem posição, nem nobreza de linhagem, nem dons intelectuais considerados em si mesmos. ... Valor moral, eis o que é estimado por Deus. Amor e pureza são os atributos que mais aprecia. João era grande aos olhos do Senhor quando, em presença dos emissários do Sinédrio, diante do povo e perante seus próprios discípulos, se absteve de buscar honra para si, mas encaminhou todos para Jesus como o Prometido. Sua desinteressada alegria no ministério de Cristo, apresenta o mais elevado tipo de nobreza já revelado em homem. ...

Exceto a alegria que João encontrara em sua missão, sua existência foi de dores. Raras vezes fora sua voz ouvida a não ser no deserto. O isolamento foi a sorte que lhe coube. E não lhe foi dado ver os frutos de seus labores. Não teve o privilégio de estar com Cristo, e testemunhar a manifestação de poder divino que acompanhava a maior luz. Não lhe foi concedido ver o cego no gozo da vista, o enfermo restabelecido e o morto ressuscitado. Não contemplou a luz que irradiava de cada palavra de Cristo, derramando glória sobre as promessas da profecia. O menor discípulo que viu as poderosas obras de Cristo, e Lhe ouviu as palavras, foi, nesse sentido, mais altamente privilegiado que João Batista e, portanto, diz-se ter sido maior do que ele. ...

Não foi concedido ao Batista fazer cair fogo do Céu, ou ressuscitar um morto, como fizera Elias, ou empunhar a vara do poder de Moisés em nome de Deus. Foi enviado para anunciar o advento do Salvador, e chamar o povo a preparar-se para Sua vinda. Tão fielmente cumpriu ele sua missão, que, ao recordar o povo o que lhes ensinara a respeito de Jesus, podiam dizer: "Tudo quanto João disse dEste era verdade." Um testemunho assim todo discípulo de Cristo é chamado a dar de seu Mestre. O Desejado de Todas as Nações, págs. 219 e 220.

sábado, 11 de dezembro de 2010

A Mais Alta Honra 9/10

Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo. Mat. 10:28.

Para muitos espíritos, um profundo mistério envolve a sorte de João Batista. Indagam porque teria sido deixado a definhar-se e perecer na prisão. O mistério dessa escura providência, nossa visão humana não pode penetrar; não poderá, no entanto, nunca abalar nossa confiança em Deus, quando nos lembramos de que João nada mais foi do que um participante dos sofrimentos de Cristo. ...

Jesus não Se interpôs para livrar Seu servo. Sabia que João havia de suportar a prova. De boa vontade teria o Salvador ido ter com João, para, com Sua presença, aclarar-lhe as sombras do cárcere. Mas não Se devia colocar nas mãos dos inimigos e pôr em perigo Sua própria missão. Com prazer teria libertado Seu fiel servo. Mas por amor de milhares que haveriam em anos posteriores, de passar da prisão para a morte, João devia beber o cálice do martírio. Ao haverem os seguidores de Jesus de definhar em solitárias celas, ou perecer pela espada, e pela tortura, ou na fogueira, aparentemente abandonados de Deus e do homem, que esteio não lhes seria ao coração o pensamento de que João Batista, de cuja fidelidade o próprio Cristo dera testemunho, passara por idêntica experiência!

Foi permitido a Satanás abreviar a vida terrena do mensageiro de Deus; mas aquela vida que "está escondida com Cristo em Deus" (Col. 3:3), o destruidor não podia atingir. Exultou por haver ocasionado aflição a Jesus, mas fracassara em vencer a João. A morte em si mesma apenas o colocara para sempre além do poder da tentação. ...

Deus nunca dirige Seus filhos de maneira diversa daquela por que eles próprios haveriam de preferir ser guiados, se pudessem ver o fim desde o princípio, e perscrutar a glória do desígnio que estão realizando como colaboradores Seus. Nem Enoque, que foi trasladado ao Céu, nem Elias, que ascendeu num carro de fogo, foi maior ou mais honrado do que João Batista, que pereceu sozinho na prisão. "A vós vos foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer nEle, como também padecer por Ele." Filip. 1:29. E de todos os dons que o Céu pode conceder aos homens, a participação com Cristo em Seus sofrimentos é o mais importante depósito e a mais elevada honra. O Desejado de Todas as Nações, págs. 223-225.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Na Prisão por Amor de Cristo 8/10

Porque vos foi concedida a graça de padecerdes por Cristo e não somente de crerdes nEle. Filip. 1:29.

João Batista fora o primeiro a anunciar o reino de Cristo, e foi também o primeiro a sofrer. As paredes de uma cela na prisão separavam-no agora da liberdade. ... Ao passar semana após semana, sem trazer nenhuma mudança, o acabrunhamento e a dúvida se foram sutilmente apoderando dele. Seus discípulos não o abandonaram. ... Mas indagavam por que, se esse novo mestre era o Messias, não fazia nada para que João fosse solto? ...

Como os discípulos do Salvador, João Batista não compreendia a natureza do reino de Cristo. Esperava que Jesus tomasse o trono de Davi; e, ao passar o tempo, e o Salvador não reclamar nenhuma autoridade real, João ficou perplexo e turbado. ... Havia horas em que os cochichos dos demônios lhe torturavam o espírito, e a sombra de um terrível temor, dele se apoderava. Poder-se-ia dar que o longamente esperado Libertador ainda não houvesse aparecido? ...

Mas o Batista não abandonou sua fé em Cristo. ... Decidiu enviar mensageiros a indagar de Jesus. Isso confiou a dois de seus discípulos. ... Os discípulos foram ter com Jesus, levando sua mensagem: "És Tu Aquele que havia de vir, ou esperamos outro?" Mat. 11:3. ... O Salvador não respondeu imediatamente à pergunta dos discípulos. Enquanto eles ficavam por ali, admirados de Seu silêncio, os enfermos e aflitos iam ter com Ele para ser curados. ... Ao mesmo tempo que lhes curava as doenças, ensinava o povo. ...

Assim se passou o dia, os discípulos de João vendo e ouvindo tudo. Por fim Jesus os chamou a Si, pediu-lhes que fossem, e dissessem a João o que haviam testemunhado. ... A prova de Sua divindade mostrava-se na adaptação da mesma às necessidades da humanidade sofredora. ...

Os discípulos levaram a mensagem, e foi o suficiente. ... As obras de Cristo não somente manifestavam que Ele era o Messias, mas mostravam a maneira por que Seu reino havia de ser estabelecido. ... Compreendendo mais claramente agora a natureza da missão de Cristo, [João] entregou-se a Deus para a vida e para a morte, segundo melhor conviesse aos interesses da causa que amava. O Desejado de Todas as Nações, págs. 214-218.A

O Que o Tornou Grande? 7/10

Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm nascido, não apareceu alguém maior do que João Batista; mas aquele que é o menor no reino dos Céus é maior do que ele. Mat. 11:11.

Que tornou grande a João Batista? Ele cerrou a mente à massa de tradições apresentada pelos mestres da nação judaica, abrindo-a à sabedoria que vem do alto. Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, pág. 445.

João Batista não foi habilitado para sua alta vocação como precursor de Cristo pela associação com os grandes homens do país, nas escolas de Jerusalém. Ele foi para o deserto, onde os costumes e as doutrinas dos homens não podiam moldar-lhe a mente, e onde pudesse manter ininterrupta comunhão com Deus. Fundamentos da Educação Cristã, pág. 423.

Era João Batista homem cheio do Espírito Santo desde nascença, e se existiu alguém capaz de permanecer insensível às influências corruptoras do século em que viveu, foi por certo ele. Todavia não se aventurou a confiar nas próprias forças; separou-se dos amigos e parentes, a fim de que suas afeições naturais não se lhe demonstrassem um laço. Não se colocava desnecessariamente no caminho da tentação, nem onde os luxos ou mesmo os confortos da vida o levassem a condescender com o ócio ou a satisfazer o apetite, diminuindo-lhe assim a força física e mental. ...

Sujeitou-se à privação e soledade no deserto, onde lhe era dado conservar a sagrada intuição da majestade de Deus, mediante o estudo de Seu grande livro da natureza. ... Era um ambiente calculado a aperfeiçoar a cultura moral e manter o temor do Senhor continuamente diante de si. João, o precursor de Cristo, não se expunha aos maus costumes e à corruptora influência do mundo. Temia o efeito que tivessem sobre sua consciência - que o pecado deixasse de lhe parecer tão pecaminoso. Preferiu ter seu lar no deserto, onde o ambiente não lhe perverteria os sentidos. Não deveríamos nós aprender alguma coisa desse exemplo de alguém a quem Cristo honrou e do qual disse: "Entre os nascidos de mulher, ninguém apareceu maior"? Testimonies, vol. 4, págs. 108 e 109.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

"Que eu Diminua" 6/10

Essa minha alegria está cumprida. É necessário que Ele cresça e que eu diminua. João 3:29 e 30.

Em cada estágio da história terrestre Deus teve Seus instrumentos para levar avante Sua obra. ... João Batista teve uma obra especial, para a qual nascera e que lhe fora designada: a obra de preparar o caminho do Senhor. SDA Bible Commentary, vol. 5, pág. 1.115.

Quando, após o início do ministério de Cristo, os discípulos de João chegaram a ele com a queixa de que todos iam em seguimento do novo Mestre, João mostrou quão claramente compreendia suas relações para com o Messias, e quão alegremente recebia Aquele para quem preparara o caminho. Obreiros Evangélicos, pág. 56.

João fora chamado para dirigir uma obra de reforma. Em razão disto, seus discípulos corriam o risco de fixar nele a atenção, julgando que o êxito da obra dependia de seus labores, e perdendo de vista o fato de ser ele mero instrumento por meio do qual Deus havia operado. A obra de João não era, todavia, suficiente para lançar as bases da igreja cristã. Havendo cumprido sua missão, fazia-se mister outra obra, que seu testemunho não poderia realizar. Seus discípulos não percebiam isso. Ao verem Cristo chegar para tomar posse da obra, enciumaram-se e ficaram descontentes.

Os mesmos perigos existem ainda. Deus chama um homem para fazer certa obra; e ao havê-la ele conduzido até ao ponto para o qual se acha habilitado, o Senhor introduz outros, para levá-la mais adiante. Como os discípulos de João, porém, muitos sentem que o sucesso da obra depende do primeiro obreiro. Fixa-se a atenção sobre o humano em lugar de concentrar no divino, introduz-se o ciúme, e a obra de Deus é manchada. Aquele que é assim indevidamente honrado sofre a tentação de nutrir a confiança no próprio eu. Não compreende sua dependência de Deus. O povo é ensinado a descansar no homem, quanto à guia, ... sendo desviados de Deus.

A obra do Senhor não deve receber a imagem e a inscrição do homem. De tempos a tempos Ele introduz aí instrumentos diversos, mediante os quais melhor se pode cumprir o Seu desígnio. Felizes os que de boa vontade se submetem à humilhação do próprio eu, dizendo juntamente com João: "É necessário que Ele cresça e que eu diminua". O Desejado de Todas as Nações, págs. 181 e 182.

Disposto a Pôr-se à Margem 5/10

Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. João 1:29.

Durante algum tempo, a influência do Batista sobre a nação fora maior que a de seus principais, sacerdotes e príncipes. Houvesse ele se anunciado como Messias, e fomentado um levante contra Roma, sacerdotes e povo se teriam reunido em torno de seu estandarte. Todas as atenções que falam à ambição dos mundanos conquistadores, Satanás se apressara em dispensar a João Batista. Mas, tendo embora diante de si as provas de seu poder, permanecera firme em recusar o deslumbrante preço do suborno. As atenções nele fixadas, encaminhara para Outro. Agora, via a onda de popularidade a desviar-se de si para o Salvador. Dia a dia, diminuíam as multidões em torno dele. ...

Os discípulos de João foram ter com ele... dizendo: "Rabi, Aquele que estava contigo além do Jordão, do qual Tu deste testemunho, ei-Lo batizando, e todos vão ter com Ele." João 3:26. Por meio dessas palavras, tentou Satanás a João. Conquanto a missão deste parecesse prestes a concluir-se, ser-lhe-ia ainda possível prejudicar a obra de Cristo. Houvesse ele se doído por si mesmo, ou expressado desgosto ou decepção, por ser sobrepujado, e estariam lançadas as sementes da dissensão, incitados o ciúme e a inveja, tornando-se sério obstáculo ao progresso do evangelho.

João tinha por natureza as faltas e fraquezas comuns à humanidade, mas o toque do amor divino o transformara. Pairava numa atmosfera não contaminada pelo egoísmo e a ambição, e muito acima do miasma do ciúme. ... Seu prazer era testemunhar o êxito da obra do Salvador. ...

Olhando com fé ao Redentor, João erguera-se às alturas da abnegação. Não buscava atrair os homens a si mesmo, mas erguer-lhes o pensamento mais e mais alto, até que repousasse no Cordeiro de Deus. Ele próprio não passara de uma voz, um clamor no deserto. Agora, aceitava com alegria o silêncio e a obscuridade, para que os olhos de todos se pudessem voltar para a Luz da vida. Os que são fiéis à vocação de mensageiros de Deus, não buscarão honra para si mesmos. O amor do próprio eu será absorvido pelo amor a Cristo. O Desejado de Todas as Nações, págs. 178 e 179.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Sacrifício Vivo 4/10

Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Rom. 12:1.

O Senhor tem chamado a atenção de Seu povo para a reforma de saúde. Este é um dos grandes ramos da obra de preparação para a vinda do Filho do homem. João Batista saiu no espírito e poder de Elias a fim de preparar o caminho do Senhor. ...

João separou-se dos amigos e dos luxos da vida. A simplicidade de seu vestuário, que era tecido de pêlo de camelo, era uma constante repreensão à extravagância e ostentação dos sacerdotes judeus, e do povo em geral. Seu regime alimentar, puramente vegetal, de gafanhotos e mel silvestre, era uma repreensão à condescendência com o apetite e a glutonaria que prevalecia por toda parte. ... Os que devem preparar o caminho para a segunda vinda de Cristo são representados pelo fiel Elias, como João veio no espírito de Elias a fim de preparar o caminho para o primeiro advento de Cristo. O grande tema da reforma deve ser agitado. ... A temperança em todas as coisas deve ser relacionada com a mensagem, para volver o povo de Deus de sua idolatria, sua glutonaria e sua extravagância no vestuário e outras coisas.

A abnegação, humildade e temperança requeridos dos justos, a quem Deus especialmente guia e abençoa, devem ser apresentados ao povo em contraste com os hábitos extravagantes e arruinadores da saúde, dos que vivem nesta época degenerada. ... Não existe em parte alguma tão grande causa de degenerescência física e moral como na negligência deste importante assunto. Os que condescendem com o apetite e a paixão, fechando os olhos à luz por temor de verem satisfações pecaminosas que estão indispostos a abandonar, esses são culpados diante de Deus. Quem quer que dê costas à luz em determinado caso, endurece o coração de modo a desprezar a luz sobre outros assuntos. Quem quer que transgrida obrigações morais na questão de comer e vestir-se, prepara o caminho para violar as reivindicações de Deus acerca de interesses eternos. Nosso corpo não nos pertence. Deus requer que cuidemos da habitação que nos deu, a fim de que apresentemos nosso corpo a Ele em sacrifício vivo, santo e aceitável. Testimonies, vol. 3, págs. 61-63.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Mensagem Positiva 3/10

Prepara-te, ó Israel, para te encontrares com o teu Deus. Amós 4:12.

João Batista, em sua vida no deserto, foi ensinado por Deus. Estudou as revelações de Deus na natureza. Sob a guia do divino Espírito, estudou os rolos dos profetas. Dia e noite Cristo era seu estudo, sua meditação, até que espírito, alma e coração ficaram cheios da gloriosa visão.

Ele contemplou o Rei em Sua beleza, e perdeu de vista o próprio eu. Viu a majestade da santidade, e reconheceu a própria ineficiência e indignidade. Era a mensagem de Deus que ele devia proclamar. Era no poder de Deus e em Sua justiça que se devia manter firme. Estava disposto a ir como mensageiro do Céu, inabalável ante as coisas humanas, pois contemplara o Divino. ...

João não anunciava sua mensagem com elaborados argumentos ou engenhosas teorias. Assustadora e severa, e todavia cheia de esperança, era sua voz ouvida do deserto: "Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos Céus." Mat. 3:2. ... Camponeses e pescadores iletrados dos distritos vizinhos; soldados romanos dos quartéis de Herodes; comandantes, de espada à cinta, dispostos a aniquilar qualquer coisa que cheirasse a rebelião; os mesquinhos cobradores de impostos, de suas coletorias; e do Sinédrio, os sacerdotes em seus filactérios - todos escutavam como presos de fascinação; e todos... saíam... sentindo o coração penetrado do sentimento de seus pecados. ...

Neste século, exatamente antes da segunda vinda de Cristo nas nuvens do Céu, tem de ser feita uma obra idêntica à de João. Deus pede homens que preparem um povo para subsistir no grande dia do Senhor. ... Como um povo que acredita na próxima segunda vinda de Cristo, temos uma mensagem a apresentar - "Prepara-te, ... para te encontrares com o teu Deus". Amós 4:12. Nossa mensagem precisa ser tão direta como o foi a de João. Ele repreendia reis por sua iniqüidade. Não obstante sua vida estar em perigo, não hesitava em declarar a Palavra de Deus. E nossa obra neste tempo tem de ser feita com igual fidelidade.

A fim de dar uma mensagem tal como a de João, devemos possuir vida espiritual semelhante à sua. A mesma obra deve ser efetuada em nós. Devemos contemplar a Deus e, em assim fazendo, perder de vista o próprio eu. Obreiros Evangélicos, págs. 54 e 55.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

No Espírito de Elias 2/10

E irá adiante dEle no espírito e virtude de Elias, para converter o coração dos pais aos filhos e os rebeldes, à prudência dos justos, com o fim de preparar ao Senhor um povo bem disposto. Luc. 1:17.

Deus chamara o filho de Zacarias para uma grande obra, a maior já confiada a homens. ... João devia ir como mensageiro de Jeová, para levar aos homens a luz de Deus. Devia imprimir-lhes nova direção aos pensamentos. Devia impressioná-los com a santidade dos reclamos divinos, e sua necessidade da perfeita justiça de Deus. Esse mensageiro tem que ser santo. Precisa ser um templo para a presença do Espírito de Deus. A fim de cumprir sua missão, deve ter sã constituição física, bem como resistência mental e espiritual. Era, portanto, necessário que regesse os apetites e paixões. Deveria ser por forma tal capaz de dominar suas faculdades, que pudesse estar entre os homens, tão inabalável ante as circunstâncias ambientes, como as rochas e montanhas do deserto.

Ao tempo de João Batista, a cobiça das riquezas e o amor do luxo e da ostentação se haviam alastrado. Os prazeres sensuais, banquetes e bebidas, estavam causando moléstias e degeneração física, amortecendo as percepções espirituais, e insensibilizando ao pecado. João devia assumir a posição de reformador. Por sua vida abstinente e simplicidade de vestuário, devia constituir uma repreensão para sua época. Daí as instruções dadas aos pais de João - uma lição de temperança dada por um anjo do trono do Céu. ...

Preparando o caminho para o primeiro advento de Cristo, era representante dos que têm que preparar um povo para a segunda vinda de nosso Senhor. O mundo está entregue à condescendência com as próprias inclinações. Está cheio de erros e fábulas. Multiplicam-se os ardis de Satanás para destruir as almas. Todos quantos querem aperfeiçoar a santidade no temor de Deus, têm que aprender as lições da temperança e do domínio próprio. Os apetites e paixões devem ser mantidos em sujeição às mais elevadas faculdades do espírito. Esta autodisciplina é essencial àquela resistência mental e visão espiritual que nos habilitarão para compreender e praticar as sagradas verdades da Palavra de Deus. É por esta razão que a temperança tem seu lugar na obra de preparação para a segunda vinda de Cristo. O Desejado de Todas as Nações, págs. 100 e 101.

Um dos Grandes Homens de Deus 1/10

Pois ele será grande diante do Senhor, não beberá vinho nem bebida forte e será cheio do Espírito Santo, já do ventre materno. Luc. 1:15.

No registro celeste dos homens nobres, declarou o Salvador que nenhum existe maior que João Batista. A obra que lhe foi confiada não exigia somente energia física e resistência, mas as mais elevadas qualidades do espírito e da alma. Tão importante era exercitar o pequeno em hábitos sãos de vida para prepará-lo para essa obra que o mais elevado dos anjos foi enviado com uma mensagem de instrução aos seus pais. A Ciência do Bom Viver, pág. 379.

Como pais, deveriam cooperar fielmente com Deus em formar em João tal caráter que o habilitasse a desempenhar a parte que Deus designara. ... João era o filho de sua velhice, o filho de um milagre, e os pais podiam ter raciocinado que ele tinha uma obra especial a fazer pelo Senhor, e que Este cuidaria dele. Mas Zacarias e Isabel não raciocinaram assim; mudaram-se para um lugar solitário, no campo, onde o filho não estivesse exposto às tentações da vida na cidade, ou não fosse induzido a separar-se dos conselhos e instrução que eles, como pais, lhe dariam. Orientação da Criança, pág. 23.

No deserto podia João mais de pronto negar-se a si mesmo e pôr sob domínio o apetite, e vestir-se de acordo com a simplicidade natural. E não existia no deserto coisa alguma que lhe distraísse o espírito da meditação e oração. Satanás teve acesso a João, mesmo depois de haver ele fechado todas as vias pelas quais pudesse o inimigo entrar. Mas seus hábitos de vida eram tão puros e naturais que discernia o inimigo, e tinha força de espírito e decisão de caráter para lhe resistir.

Perante João estava aberto o livro da natureza, com seu inexaurível poder da mais variada instrução. Buscou o favor de Deus, e o Espírito Santo sobre ele repousou, acendendo-lhe no coração um inflamado zelo por fazer a grandiosa obra de chamar o povo ao arrependimento, e a uma vida mais nobre, mais santa. Pelas privações e dificuldades de sua vida segregada, preparava-se João para dominar todas as suas faculdades físicas e mentais de tal forma que pudesse permanecer entre o povo tão inamovível pelas circunstâncias que o envolvia como as rochas e montanhas do deserto que o haviam rodeado por trinta anos. Spiritual Gifts, vol. 2, pág. 47.