INTRODUÇÃO
1. O livro de Ezequiel ocupa o terceiro lugar na sequência dos profetas maiores, esta é certamente sua localização cronológica verdadeira, porque coloca o livro entre dois grandes contemporâneos de Ezequiel, Jeremias que começou suas profecias um pouco antes, e Daniel que seguiu com suas profecias um pouco depois.
2. O nome Ezequiel significa: A quem Deus fortalecerá.
3. Ao contrário do profeta Jeremias, Ezequiel tinha uma companheira. Esta faleceu no nono ano do cativeiro de forma súbita (cf Ez 24:1, 16).
4. Não é possível precisar com que idade Ezequiel foi levado cativo, porém pode-se dizer que era jovem, entre 25 e 30 anos. Seu ministério profético dura em torno de 22 ou 23 anos. Começa no ano 593 – 571 a.C.
5. Foi na segunda invasão de Nabucodonosor que Ezequiel é levado cativo no ano 597 a.C., (cf 2Rs 24:14) “Transportou a toda a Jerusalém, todos os príncipes, todos os homens valentes, todos os artífices e ferreiros, ao todo dez mil; ninguém ficou, senão o povo pobre da terra”. O texto sugere que a linhagem do profeta Ezequiel era nobre.
6. Ezequiel 37:1-14
ARGUMENTAÇÃO
1. Os ossos “sequíssimos” espalhados pelo vale representam a desesperada condição em que se encontrava “toda a casa de Israel” durante o exílio, devido ao longo processo de apostasia e morte espiritual pela condescendência com o pecado. A restauração de Israel dessa condição é descrita na visão como se processando em duas etapas semelhantes às da criação original da raça humana. Primeiro ocorre à formação dos corpos, para depois serem estes vivificados pela poderosa atuação do Espírito de Deus.
2. Essa analogia dos ossos secos não se aplica somente ao mundo, mas também aos que têm sido favorecidos por grande luz; pois eles são também semelhantes aos esqueletos do vale. Têm a forma de homens, a estrutura do corpo, mas não têm vida espiritual. A parábola não deixa, porém, os ossos secos meramente ligados em forma de homens; pois não basta que haja simetria de membros e feições. O fôlego de vida tem de vivificar os corpos, para que possam ficar em pé e pôr-se em atividade. Esses ossos representam a casa de Israel, a igreja de Deus, e a esperança da igreja é a vivificante influência do Espírito Santo. O Senhor precisa soprar sobre os ossos secos, para que vivam. (EGW, E Recebereis Poder, MM, 06/fev/99).
3. O Espírito de Deus, com Seu poder vivificador, precisa estar em todo ser humano, para que todo músculo e nervo espiritual esteja em atividade. Sem o Espírito Santo, sem o fôlego de Deus, há entorpecimento da consciência e perda de vida espiritual. Muitos que se acham destituídos de vida espiritual têm os seus nomes nos registros da igreja, mas não estão inscritos no livro da vida do Cordeiro. Eles podem estar ligados à igreja, mas não estão unidos ao Senhor. Podem ser diligentes na realização de um certo conjunto de deveres, e ser considerados como pessoas que vivem; muitos, porém, se encontram entre os que têm nome de que vivem, e estão mortos.
4. A revificação dos ossos secos simbolizava a restauração espiritual e política de Israel como nação, que ocorreria se os israelitas se submetessem completamente aos propósitos divinos. Uma vez que o povo não correspondeu com as expectativas divinas (ver Mt 23:37 e 38; Jo 1:11; At 7), a visão não obteve seu pleno cumprimento com a nação de Israel, e precisa ser agora reinterpretada à luz do novo Israel, ou seja, da Igreja (1Pe 2:9).
5. Os profetas do Novo Testamento esclarecem que a restauração final de todas as coisas não mais ocorrerá pelo retorno dos judeus para a Palestina, mas pela conversão a Cristo de representantes de “todas as nações” do mundo (ver Mt 24:14; 28:18-20; At 1:8; Gl 3:16, 26-29; Ap 14:6); não mais pela reconstrução e perpetuação da cidade de Jerusalém, mas pela vinda da Nova Jerusalém celestial (ver Hb 11:8-16; Ap 21:2); e não mais pela renovação sociopolítica da nação de Israel, ou mesmo do mundo, mas pela implantação de um “novo céu” e de uma “nova terra” (ver 2Pe 3:7-13; Ap 21:1).
CONCLUSÃO
1. 1Co 12:27 – “Ora, vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros desse corpo”.
2. Somos um corpo. Corpo de Cristo – a IGREJA. Como estamos? Somos apenas um monte de ossos ressequidos, ou uma igreja atuante, vibrante, viva pela presença plena do Espírito?
3. Como membro individual desse corpo como estás? Seco, morto, inativo, descompromissado, longe, inerte? Como estás?