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terça-feira, 21 de setembro de 2010

OS ADVENTISTAS E A POLÍTICA

Notícias sobre crises políticas e corrupções governamentais acabam polarizando a opinião pública dos países afetados. É curioso ver, de um lado, políticos questionáveis se fazendo de vítimas para continuar recebendo o apoio popular e, do outro lado, oposicionistas que aproveitando a situação para se autoproclamarem os únicos salvadores da pátria. A o mesmo tempo em que vários políticos tradicionais vão perdendo a credibilidade, algumas denominações evangélicas tem-se mobilizado politicamente, a ponte de montarem sua próprias bancadas em câmaras de vereadores, nas assembléias legislativas na Câmara dos Deputados e mesmo no Senado Federal, sob o pretexto de que os políticos evangélicos são mais honestos e confiáveis.

A crescente militância política evangélica tem suscitado algumas indagações importantes entre os próprios adventistas:

1ª) Deveriam os adventistas continuar politicamen¬te passivos ou assumir uma postu¬ra mais agressiva diante das crises governamentais?

2ª)Como a Igreja Adventista do Sétimo Dia encara a candidatura de alguns de seus membros a cargos políticos através de eleições públicas?

3ª) Que critérios devem ser usados na escolha dos candidatos em quem votar?

No capítulo "Nossa Atitude Quanto à Política” do livro Obreiros Evangélicos, págs. 391-396 (ver também Fundamentos da Educa¬ção Cristã, págs. 475-484), podem ser encontradas importantes orientações sobre o não envolvi¬mento de obreiros denominacio-nais em questões políticas. Já o pre¬sente artigo menciona alguns con¬ceitos básicos sobre a posição dos adventistas como cidadãos, candi¬datos e eleitores políticos.

Organização apolítica

Existem pelo menos três princípios fundamentais que regem a posição da Igreja Adventista do Sétimo Dia sobre a política. Um deles é o prin¬cípio da separação entre Igreja e Estado, levando cada uma dessas entidades a cumprir suas respecti¬vas funções sem interferir nos ne¬gócios da outra. A Igreja crê que só poderá preservar esse princípio por meio de uma postura denomi¬nacional apolítica, não se posicio¬nando nem a favor e nem contra quaisquer regimes ou partidos po¬líticos. Essa postura deve caracteri¬zar, não apenas a organização ad¬ventista em todos os seus níveis, mas também todas as instituições por ela mantidas, todas as congre¬gações adventistas locais, bem como todos os obreiros assalaria¬dos pela organização.

A Igreja encontra nos ensinos de Cristo e dos apóstolos base sufi¬ciente para evitar qualquer mili¬tância política institucional. O cris¬tianismo apostólico cumpria sua missão evangélica sob as estruturas opressoras do Império Romano sem se voltar contra elas. O pró¬prio Cristo afirmou que o Seu rei¬no "não é deste mundo" e que, por conseguinte, os Seus "ministros" não empunham bandeiras políti¬cas (João 18:36). Qualquer com¬promisso político ou partidário por parte da denominação dificultaria a pregação do "evangelho eterno" a todos os seres humanos indistinta¬mente (Mat. 24:14; Apoc. 14:6).

Outro princípio fundamental é que o nível de justiça social de um país é diretamente proporcional ao nível de justiça individual de cada um dos seus cidadãos, e que esta justiça individual, por sua vez, deri¬va do interior da própria pessoa. Reconhecendo as dimensões so¬ciais do pecado, a Igreja apóia e mesmo participa de projetos so¬ciais e educacionais que benefi¬ciam a vida comunitária sem con¬flitarem com os princípios bíblicos. Muitos desses projetos são levados a efeito em nome da ADRA - Agên¬cia de Desenvolvimento e Recur¬sos Assistenciais. No entanto, a Igreja não participa de quaisquer greves e passeatas de índole políti¬ca e partidária que acabariam com prometendo sua postura apolítica.

A validade de uma perspectiva que parta do interior para o exterior do ser humano é destacada por Cristo ao afirmar que "de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura" (Mar. 7:21, 22). Conseqüentemente, a solução cabal para esses problemas não está na mera formulação de novas leis ou no ativismo revolucionário, e sim, na conversão interior do ser humano. Nas palavras de Cristo, "limpa primeiro o interior do copo, para que também o seu exterior fique limpo!" Mat. 23:26.

Um terceiro princípio fundamental é que cada cristão adventista possui uma dupla cidadania ele é, acima de tudo, cidadão do reino de Deus e, em segundo plano, cidadão do país em que nasceu ou do qual obteve a cidadania. Conseqüentemente, deve exercer sua cidadania terrestre com base nos princípios cristãos de respeito ao próximo. Mesmo desaprovando situações de injustiça e exploração social, a Igreja Adventista do Sétimo Dia procura se relacionar respeitosamente com o governo civil e os partidos políticos de cada país em que exerce suas atividades, sem com isso comprometer os princípios bíblicos.

Que o cristianismo não isenta os cristãos dos seus deveres civis é evidente na ordem de Cristo: “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.” Mar. 12: 17. O Novo Testamento apresenta várias orientações a respeito do dever cristão de honrar os governos civis como instituídos por Deus (ver Rom. 13:1-7; Tito 3:1 e 2; I Pedro 2:13-17). Somente quando tais governos obrigam seus súditos a transgredirem as leis divinas é que o cristão deve assumir a postura de que "antes, importa obedecer a Deus do que aos homens”: Atos 5:29.

Candidatos adventistas

Entre os direitos do cristão adventista no exercício de sua cidadania, está o de ocupar cargos políticos. O Antigo Testamento menciona vários membros do povo de Deus que exerceram funções de grande projeção no governo de importantes nações pagãs da época. Por exemplo, José foi por muitos anos pri¬meiro-ministro do Egito, a mais importante nação da época (Gên. 41:38-45). Colocado por Deus sobre o trono daquele país (Gên. 45:7, 8), José se manteve "puro e imaculado na corte do rei"; e foi "um re-presentante de Cristo" aos egípcios (Medicina e Salvação, pág. 36; Patriarcas e Profetas, págs. 368-369). Daniel exerceu importantes cargos governamentais em Babilônia sob o reinado de Nabucodonosor, Belsazar, Dario e Ciro (Dan. 2:48, 49; 5:11, 12,29; 6:1-3, 28; 8:27). Com um apego incondicional aos princípios divinos, Daniel e seus com-panheiros foram embaixadores do verdadeiro Deus na corte desses reis (ver Dan. caps. 1, 3 e 6).

A postura de José e Daniel nas cortes pagãs do Egito e de Babilônia, respectivamente, corrobora o fato de que é possível ser cristão sob governos não comprometidos com a religião bíblica. Mas o aprisionamento de José (Gên. 39:7-23), o teste alimentar de Daniel e seus três companheiros (Dan. 1), a passagem desses três companheiros na fornalha de fogo (Dan. 3) e a experiência de Daniel na cova dos leões (Dan. 6) comprovam que há um preço elevado a ser pago por aqueles que ocupam cargos públicos em ambientes hostis à verdadeira religião. O exemplo do rei Salomão deixa claro que boas intenções iniciais (II Crôn. 1:1-13) podem ser corrompidas pela influência de ambientes vulgares (I Reis 11:1-15). Já a atitude do rei Ezequias para com a embaixada de Babilônia comprova que governantes tementes a Deus correm o risco de se or-gulharem de suas próprias consecuções (II Reis 20:12-19).

É interessante notarmos que José e Daniel foram nomeados para suas funções públicas pelos próprios monarcas da época. Mas hoje, na maioria das democracias modernas, as pessoas precisam se candidatar e concorrer a tais funções em um processo bem mais competitivo. O fato de existirem políticos corruptos não significa que todo político seja corrupto. Embora a Igreja Adventista do Sétimo Dia, normalmente, não encoraje e nem desestimule a candidatura política dos seus membros, ela também reconhece que a sociedade contemporânea tem sido beneficiada pelo bom exemplo de alguns políticos adventistas que concorrem honestamente a determinados cargos públicos e os exercem dignamente, sem comprometerem com isso os princípios bíblicos. A influência positiva de políticos adventistas tem sido decisiva, em vários países, para o estabelecimento de legislações que facilitem a observância do sábado.

A Igreja espera que os adventistas que se candidatam a cargos políticos elegíveis sejam honestos em sua campanha e, se eleitos, também no exercício de suas funções políticas. Cada candidato deve conduzir o seu processo eleitoral-político (1) sem assumir posturas ideológicas e partidárias contrárias aos princípios cristãos; (2) sem se valer de recursos financeiros inapropriados; (3) sem prometer o que não possa cumprir; (4) sem denegrir a reputação de outros candidatos igualmente honestos; (5) sem se envolver com coligações não condizentes com a fé cristã-adventista; (6) sem jamais comprometer a observância do sábado em suas campanhas; e (7) sem minimizar seu compromisso pessoal com o estilo de vida adventista em coquetéis e confraternizações sociais.

Conheço igrejas locais que enfrentaram sérias desavenças internas pelo fato de alguns dos seus membros se candidatarem a vereadores por partidos rivais. É certo que os membros da igreja têm o direito, como cidadãos, de se candidatarem e concorrerem a cargos elegíveis, bem como de procurarem convencer outros a neles votarem. Mas nenhuma programação oficial de qualquer congregação adventista deve ser usada como plataforma política que comprometa a postura apolítica da denominação . Candidatos adventistas que usam eventualmente o púlpito devem pregar o evangelho, sem jamais fa-lar sobre política. Deus poderá abençoar ricamente os candidatos que exercerem honestamente sua cidadania, respeitando a posição apolítica da igreja e de seus obreiros, e promoverem a cordialidade e a unidade de nossas congregações.

Eleitores adventistas

Os membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia devem reconhecer ser seu dever individual escolher conscientemente em quem votar. O princípio básico é sempre votar em candidatos cuja ideologia, crenças, estilo de vida e propostas políticas estejam mais próximos dos princípios adventistas . Entre os princípios mais importantes estão: (1) liberdade religiosa, (2) separação entre Igreja e Estado, (3) observância do sábado, (4) conduta moral, (5) temperança cristã, (6) apoio ao sistema educacional privado mantido pela Igreja, e a (6) tentativa de melhorar a qualidade de vida das classes moral e econo-micamente desfavorecidas. A posição da Igreja Adventista do Sétimo Dia sobre algumas dessas questões é enunciada no livro Declarações da Igreja (Tatuí, SP: CPB, 2003).

Ellen White adverte contra votar em candidatos sem compromisso com a liberdade religiosa: "Não podemos, com segurança, votar por partidos políticos; pois não sabemos em quem votamos. Não podemos, com segurança, tomar parte em nenhum plano político. Não podemos trabalhar para agradar a homens que irão empregar sua influência para reprimir a liberdade religiosa, e pôr em execução medidas opressivas para levar ou compelir seus semelhantes a observar o domingo como sábado. O primeiro dia da semana não é um dia para ser reverenciado. É um falso sábado, e os membros da família do Senhor não podem ter parte com os homens que o exaltam, e violam a lei de Deus, pisando Seu sábado. O povo de Deus não deve votar para colocar tais homens em cargos oficiais; pois assim fazendo, são participantes nos pecados que eles cometem enquanto investidos desses cargos:' - Fundamentos da Educação Cristã, pág. 475.

Um dos maiores problemas na escolha de candidatos é a teoria de que "os fins justificam os meios": Se determinado candidato, mesmo sem compromisso com os princípios acima mencionados, promete beneficiar financeira ou politicamente a Igreja, alguns líderes julgam pertinente apoiar tal candidato em troca desses favores. Mas esse tipo de barganha política jamais deveria ser tolerado nos meios adventistas. Acima de quaisquer benefícios coletivos ou individuais, deve estar o compromisso com os princípios adventistas.

Outro aspecto de especial interesse para os eleitores adventistas é a votação ou não em candidatos adventistas. Alguns crêem equivocadamente que, votando em candidatos adventistas, estariam ao mesmo tempo promovendo a liberdade religiosa e postergando os eventos finais. Mas é dever de todo o cristão-adventista exercer sua influência em favor da liberdade religiosa (Mensagens Escolhidas, vol. 2, pág. 375; Testemunhos para Ministros, págs. 200-203), contribuir positivamente para a finalização da pregação do evangelho (Mat. 24:14; 28:18-20), e deixar os eventos finais por conta de Deus (Atos 1:6-8).

Como membros do corpo de Cristo (I Cor. 12:12-31), deveríamos acabar com a falsa teoria de que "adventista não deve votar em adventista": Essa teoria só é aplicável a candidatos que não vivem uma vida condizente com os princípios adventistas ou cuja candidatura visa apenas a obter benefícios pessoais, sem uma proposta política adequada. Mas, por outro lado, se os candidatos adventistas são os que mais próximo se encontram dos princípios que sustentamos e se eles possuem boa proposta política, então, não existe qualquer justificativa plausível para se descartar tais candidatos simplesmente por serem adventistas.

Deveria ser considerada também a questão das eleições no sábado em países onde a votação é obrigatória. Este assunto foi tratado por Mário Veloso em seu artigo "Os adventistas e a eleição no sábado"; Revista Adventista (Brasil), julho de 1986, págs. 19-20. Embora a Igreja Adventista do Sétimo Dia não discipline os membros que, por iniciativa pessoal, votem durante as horas do sábado, a recomendação é que isso seja evitado. O referido artigo foi escrito como um apelo aos políticos brasileiros para que houvesse um "prolongamento das horas para o exercício do voto, de tal maneira que os adventistas possam votar depois do pór-do-sol do sábado": A declaração de que Ellen White votaria até mesmo "no sábado" diz respeito à causa da temperança, ou seja, à lei seca de proibição da venda de bebidas alcoólicas, em Des Moines, Iowa, em 1881 (ver Arthur L. White, Ellen G. White, vol. 3, págs. 158-161). Mas essa declaração não provê qualquer endosso a votação política em dia de sábado.

Conclusão

A Igreja Adventista do Sétimo Dia sempre manteve uma posição oficial apolítica de não se posicionar a favor ou contra qualquer regime ou partido político. Essa posição é mantida em todos os níveis organizacionais e institucionais da denominação, inclusive em suas congregações locais. Os obreiros assalariados pela denominação devem manter a mesma postura. Conseqüentemente, nenhum púlpito adventista e nenhuma reunião promovida oficialmente pela denominação jamais deveria desfraldar qualquer bandeira política. Ele é um lugar onde o evangelho eterno deve ser proclamado com o propósito de conduzir à salvação em Cristo pessoas de todas as etnias e de todos os partidos políticos, sem preferências e discriminações.

Por contraste, a Igreja faculta aos seus membros o direito individual de exercer sua cidadania, inclusive a de se candidatar a cargos políticos e de exercê-los dignamente. Tanto no processo eleitoral como no exercício da função, espera-se que cada adventista engajado em tais atividades mantenha uma postura digna de verdadeiro cristão adventista. Todos os políticos adventistas deveriam considerar a José e Daniel como seus modelos políticos. Deveriam sentir ser seu dever zelar pessoal e publicamente pela liberdade religiosa e pelos princípios cristãos em um mundo carente dos valores absolutos da verdadeira religião bíblica.

Todos os membros da igreja deveriam votar conscientemente nos candidatos que melhor refletem os ideais adventistas. A escolha dos candidatos não deveria ser tanto por partido político, mas pela ideologia e os valores pessoais de cada um. Candidatos adventistas não deveriam ser discriminados simplesmente por serem adventistas, exceto se não demonstram uma conduta digna ou não possuam um plano de governo adequado. O voto de cada adventista deveria ser um testemunho autêntico a favor da liberdade religiosa que facilite o cumprimento da missão adventista nestes dias finais da história humana.

Pr. Alberto Ronald Timm, Ph.D, é professor de Teologia Histórica do Unasp Campus Engenheiro Coelho e diretor do Centro de Pesquisas Ellen G. White.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

A Visão Apocalíptica Sinótica

Baseado na obra: A visão apocalíptica e a neutralização do adventismo – George R. Knight

INTRODUÇÃO

A visão apocalíptica sinótica tem um fluxo diferente do encontrado no livro do Apocalipse. No Apocalipse a visão do grande conflito se desenvolve de forma progressiva na história atingindo seu auge com a volta de Jesus e o estabelecimento de Seu reino eterno. Já nos sinóticos cada apresentação começa com aquilo que consideramos “os sinais dos tempos”, e termina com o conselho de vigiar e estar pronto, pois ninguém realmente sabe quando virá o fim.

Veja que o objetivo dos sinais é chamar nossa atenção para o fato de que precisamos viver em estado de contínua expectativa ao aguardamos o segundo advento. Isso se deve ao fato de que a maioria dos sinais lida com eventos que se repetem ao longo da história. Sendo assim, os sinais não se resumem a nos dizer quando virá o fim. Mt 24:36 diz: “Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai.”

A função dos primeiros 41 versos de Mateus 24 é desenvolver nos verdadeiros fiéis a consciência do advento e prepará-los para as instruções dos versos posteriores, Mt 24:42 a 25:46, aqui Jesus nos exorta para vigiarmos e nos prepararmos para o maior evento da história deste mundo.

As cinco parábolas encontradas em Mt 24, 25; (e nos seus paralelos no livro de Marcos e Lucas) revelam o que precisa acontecer na vida do crente enquanto esse dia não chega.

ARGUMENTAÇÃO

1. Primeira Parábola – O pai de família – Mt 24:43-44 (ler os versos)

a. Um estado constante de alerta e prontidão para a volta do Senhor é a mensagem desses dois versos.

b. É interessante notar que, ao longo da história, o momento em que menos se aguarda a volta de Cristo é sempre “hoje”.

c. William Barclay conta a parábola de três aprendizes do diabo selecionados para ser enviados à Terra para completar seu treinamento. Cada um apresentou seu plano a Satanás para a destruição da humanidade. O primeiro propôs-se a dizer às pessoas que Deus não existe. Satanás respondeu que isso não enganaria muitos, pois a maioria tem a sensação do contrário. O segundo disse que proclamaria que o inferno não existe. Satanás rejeitou essa tática também, pois a maioria das pessoas tem noção de que o pecador receberá o que merece. O terceiro disse: Direi aos humanos que não há pressa. Vá, respondeu satanás, e você arruinará milhares de homens.

2. Segunda Parábola – A parábola do bom servo e do mau – Mt 24:45-52

a. Essa parábola enfatiza que os cristãos têm deveres e responsabilidades éticas a ser colocadas em prática enquanto esperam e vigiam. Não devem aguardar na ociosidade.

b. Infelizmente, a demora pode gerar mau comportamento, ou seja um afrouxamento das crenças fundamentais, as paixões carnais sobre saem.

c. Uma sentença é expedida, os servos infiéis perderão sua recompensa celestial e no lugar dela receberão a mesma sorte dos ímpios, VS 50 e 51 dizem: “virá o senhor daquele servo em dia em que não o espera e em hora que não sabe e castigá-lo-á, lançando-lhe a sorte com os hipócritas; ali haverá choro e ranger de dentes.”

3. Terceira Parábola – A parábola das dez virgens – Mt 25:1-13

a. Observe que todas as virgens eram aparentemente cristãs, pois todas aguardavam a chegada do noivo. A ênfase está no preparo delas sobre suas lâmpadas. Talvez haja uma distinção nominal entre elas, ou seja, cristãs apenas de nome.

b. O ponto principal dessa parábola é que o noivo demorou a chegar. Por esse motivo, as virgens adormeceram. As necessidades terrenas continuam até mesmo enquanto os seguidores de Cristo aguardam sua vinda.

c. Mateus 25:13 apresenta a moral da história, o texto diz: “Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora”. A moral dessa história também foi a lógica que permeou as duas primeiras parábolas já analisadas. Esta, porém, apresenta o conceito crucial de que ninguém pode se apoiar na preparação de outra pessoa. Enfrentaremos o julgamento de Deus individualmente.

d. Nota-se que esta parábola não indica a maneira de nos prepararmos para a chegada do noivo. Esse será o tema das duas parábolas finais.

4. Quarta Parábola – A parábola dos talentos – Mt 25:14-30

a. Novamente a importância de estar pronto para a vinda do Mestre é destacado, vejamos o verso 19: “Depois de muito tempo, voltou o senhor daqueles servos e ajustou contas com eles”.

i. MAS O QUE EXATAMENTE SIGNIFICA ESTAR PRONTO?

b. O significado de estar pronto é a mensagem da parábola dos talentos.

c. VAMOS RECAPTULAR ESTA HISTÓRIA ...

d. A lição é clara: estar preparado para a vinda de Cristo não significa aguardar passivamente esse evento; estar pronto é a atividade responsável que produz resultados para o reino do Céu. Resultados esses que podem ser mensurados por Deus.

e. Aprendemos também nessa história que Deus não espera o mesmo resultado de todo mundo. Não é a quantidade de habilidades ou dons de uma pessoa que será avaliada no julgamento, mas se ela usou a gama completa de qualidades que Deus lhe outorgou. Nós não somos iguais em nossas habilidades, mas podemos ser iguais em esforço.

5. Quinta Parábola – A parábola das ovelhas e dos cabritos (cena do juízo) Mt 25:31-46 (ler todo o texto)

a. Enquanto que as três primeiras parábolas discutidas hoje enfatizam o ato de vigiar e estar prontos, a quarta, a parábola dos talentos, reforça o ato de trabalhar enquanto aguardamos o retorno do Mestre. Já esta última parábola mostra a natureza essencial desse trabalho.

b. A cena mostra o juízo em andamento, a decisão do julgamento não pode ser revogada com apelos ou recursos, a cena é de finalização. Aqueles que deixaram de fazer uso apropriado do tempo de espera e vigilância antes do segundo advento terão perdido para sempre o reino eterno.

c. A surpresa é o elemento crucial nessa parábola, ovelhas e cabritos questionam o veredito. O motivo surpresa surge da falsa interpretação da verdadeira religião.

i. Mq 6:8

ii. Is 58:6-10

iii. Hb 13:3

iv. Tg 1:27; 2:14-17

v. Rm 13:8-10

d. A questão real; do julgamento é se demonstramos amor verdadeiro ao próximo.

e. Ellen White comentando este texto diz no livro DTN, pág 637.: “Assim descreveu Cristo aos discípulos, no Monte das Oliveiras, as cenas do grande dia do Juízo. E apresentou sua decisão como girando em torno de um ponto. Quando as nações se reunirem diante dEle, não haverá senão duas classes, e seu destino eterno será determinado pelo que houverem feito ou negligenciado fazer por Ele na pessoa dos pobres e sofredores.”

f. Alguns sustentam usando esses versos que a salvação ocorre pelas obras, mas tal interpretação é equivocada. A passagem fala a respeito do padrão do julgamento final, e não como alcançamos a salvação.

g. Se estamos salvos, nossa vida produzirá evidencias de que internalizamos a graça e o amor de Deus pela disposição de transmitir esses dons ao próximo.

i. Joachim Jeremias escreveu: “No julgamento final, Deus procurará a fé que foi vivida.”

ii. Leon Morris declarou: “Devemos manter em mente o que é comum em toda escritura que somos salvos pela graça e julgados pelas obras [...] As obras que fizemos são a evidência da graça de Deus em ação em nós ou de nossa rejeição da graça.”

h. A qualificação essencial para o reino de Deus é a internalização inconsciente do amor de Deus e sua expressão na vida diária.

CONCLUSÃO

1. 2Pe 3:1-11

2. Carlos Fitch

a. Carlos Fitch, um pastor presbiteriano, aceitou a mensagem do advento ao ler as palestras de Guilherme Miller e ao conhecer Josias Litch. Ele se entregou inteiramente à proclamação do esperado advento de Cristo por ocasião do encerramento do período dos 2.300 anos, e se tornou um líder de destaque. Em 1842, ele preparou o quadro profético da estátua de Daniel 2. Sua morte se deu em decorrência de ele se ter exposto em demasia durante três cerimônias batismais que realizou numa manhã fria de outono. Aparentemente, em conseqüência disto, adoeceu e, na segunda-feira, 14 se outubro de 1844, faleceu. Oito dias antes da data esperada para o retorno de Cristo. Não é difícil imaginar os dois filhos sobreviventes perguntando em meio às lágrimas após o funeral: “Mamãe, nós veremos o papai novamente?” “Sim queridos, em poucos dias, quando Jesus retornar”. Respondeu corajosamente a Sra. Fitch. Na terça-feira à noite do dia marcado (22/10/1844) eles soluçaram: “Por que papai não veio hoje?”