INTRODUÇÃO
A visão apocalíptica sinótica tem um fluxo diferente do encontrado no livro do Apocalipse. No Apocalipse a visão do grande conflito se desenvolve de forma progressiva na história atingindo seu auge com a volta de Jesus e o estabelecimento de Seu reino eterno. Já nos sinóticos cada apresentação começa com aquilo que consideramos “os sinais dos tempos”, e termina com o conselho de vigiar e estar pronto, pois ninguém realmente sabe quando virá o fim.
Veja que o objetivo dos sinais é chamar nossa atenção para o fato de que precisamos viver em estado de contínua expectativa ao aguardamos o segundo advento. Isso se deve ao fato de que a maioria dos sinais lida com eventos que se repetem ao longo da história. Sendo assim, os sinais não se resumem a nos dizer quando virá o fim. Mt 24:36 diz: “Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai.”
A função dos primeiros 41 versos de Mateus 24 é desenvolver nos verdadeiros fiéis a consciência do advento e prepará-los para as instruções dos versos posteriores, Mt 24:42 a 25:46, aqui Jesus nos exorta para vigiarmos e nos prepararmos para o maior evento da história deste mundo.
As cinco parábolas encontradas em Mt 24, 25; (e nos seus paralelos no livro de Marcos e Lucas) revelam o que precisa acontecer na vida do crente enquanto esse dia não chega.
ARGUMENTAÇÃO
1. Primeira Parábola – O pai de família – Mt 24:43-44 (ler os versos)
a. Um estado constante de alerta e prontidão para a volta do Senhor é a mensagem desses dois versos.
b. É interessante notar que, ao longo da história, o momento em que menos se aguarda a volta de Cristo é sempre “hoje”.
c. William Barclay conta a parábola de três aprendizes do diabo selecionados para ser enviados à Terra para completar seu treinamento. Cada um apresentou seu plano a Satanás para a destruição da humanidade. O primeiro propôs-se a dizer às pessoas que Deus não existe. Satanás respondeu que isso não enganaria muitos, pois a maioria tem a sensação do contrário. O segundo disse que proclamaria que o inferno não existe. Satanás rejeitou essa tática também, pois a maioria das pessoas tem noção de que o pecador receberá o que merece. O terceiro disse: Direi aos humanos que não há pressa. Vá, respondeu satanás, e você arruinará milhares de homens.
2. Segunda Parábola – A parábola do bom servo e do mau – Mt 24:45-52
a. Essa parábola enfatiza que os cristãos têm deveres e responsabilidades éticas a ser colocadas em prática enquanto esperam e vigiam. Não devem aguardar na ociosidade.
b. Infelizmente, a demora pode gerar mau comportamento, ou seja um afrouxamento das crenças fundamentais, as paixões carnais sobre saem.
c. Uma sentença é expedida, os servos infiéis perderão sua recompensa celestial e no lugar dela receberão a mesma sorte dos ímpios, VS 50 e 51 dizem: “virá o senhor daquele servo em dia em que não o espera e em hora que não sabe e castigá-lo-á, lançando-lhe a sorte com os hipócritas; ali haverá choro e ranger de dentes.”
3. Terceira Parábola – A parábola das dez virgens – Mt 25:1-13
a. Observe que todas as virgens eram aparentemente cristãs, pois todas aguardavam a chegada do noivo. A ênfase está no preparo delas sobre suas lâmpadas. Talvez haja uma distinção nominal entre elas, ou seja, cristãs apenas de nome.
b. O ponto principal dessa parábola é que o noivo demorou a chegar. Por esse motivo, as virgens adormeceram. As necessidades terrenas continuam até mesmo enquanto os seguidores de Cristo aguardam sua vinda.
c. Mateus 25:13 apresenta a moral da história, o texto diz: “Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora”. A moral dessa história também foi a lógica que permeou as duas primeiras parábolas já analisadas. Esta, porém, apresenta o conceito crucial de que ninguém pode se apoiar na preparação de outra pessoa. Enfrentaremos o julgamento de Deus individualmente.
d. Nota-se que esta parábola não indica a maneira de nos prepararmos para a chegada do noivo. Esse será o tema das duas parábolas finais.
4. Quarta Parábola – A parábola dos talentos – Mt 25:14-30
a. Novamente a importância de estar pronto para a vinda do Mestre é destacado, vejamos o verso 19: “Depois de muito tempo, voltou o senhor daqueles servos e ajustou contas com eles”.
i. MAS O QUE EXATAMENTE SIGNIFICA ESTAR PRONTO?
b. O significado de estar pronto é a mensagem da parábola dos talentos.
c. VAMOS RECAPTULAR ESTA HISTÓRIA ...
d. A lição é clara: estar preparado para a vinda de Cristo não significa aguardar passivamente esse evento; estar pronto é a atividade responsável que produz resultados para o reino do Céu. Resultados esses que podem ser mensurados por Deus.
e. Aprendemos também nessa história que Deus não espera o mesmo resultado de todo mundo. Não é a quantidade de habilidades ou dons de uma pessoa que será avaliada no julgamento, mas se ela usou a gama completa de qualidades que Deus lhe outorgou. Nós não somos iguais em nossas habilidades, mas podemos ser iguais em esforço.
5. Quinta Parábola – A parábola das ovelhas e dos cabritos (cena do juízo) Mt 25:31-46 (ler todo o texto)
a. Enquanto que as três primeiras parábolas discutidas hoje enfatizam o ato de vigiar e estar prontos, a quarta, a parábola dos talentos, reforça o ato de trabalhar enquanto aguardamos o retorno do Mestre. Já esta última parábola mostra a natureza essencial desse trabalho.
b. A cena mostra o juízo em andamento, a decisão do julgamento não pode ser revogada com apelos ou recursos, a cena é de finalização. Aqueles que deixaram de fazer uso apropriado do tempo de espera e vigilância antes do segundo advento terão perdido para sempre o reino eterno.
c. A surpresa é o elemento crucial nessa parábola, ovelhas e cabritos questionam o veredito. O motivo surpresa surge da falsa interpretação da verdadeira religião.
i. Mq 6:8
ii. Is 58:6-10
iii. Hb 13:3
iv. Tg 1:27; 2:14-17
v. Rm 13:8-10
d. A questão real; do julgamento é se demonstramos amor verdadeiro ao próximo.
e. Ellen White comentando este texto diz no livro DTN, pág 637.: “Assim descreveu Cristo aos discípulos, no Monte das Oliveiras, as cenas do grande dia do Juízo. E apresentou sua decisão como girando em torno de um ponto. Quando as nações se reunirem diante dEle, não haverá senão duas classes, e seu destino eterno será determinado pelo que houverem feito ou negligenciado fazer por Ele na pessoa dos pobres e sofredores.”
f. Alguns sustentam usando esses versos que a salvação ocorre pelas obras, mas tal interpretação é equivocada. A passagem fala a respeito do padrão do julgamento final, e não como alcançamos a salvação.
g. Se estamos salvos, nossa vida produzirá evidencias de que internalizamos a graça e o amor de Deus pela disposição de transmitir esses dons ao próximo.
i. Joachim Jeremias escreveu: “No julgamento final, Deus procurará a fé que foi vivida.”
ii. Leon Morris declarou: “Devemos manter em mente o que é comum em toda escritura que somos salvos pela graça e julgados pelas obras [...] As obras que fizemos são a evidência da graça de Deus em ação em nós ou de nossa rejeição da graça.”
h. A qualificação essencial para o reino de Deus é a internalização inconsciente do amor de Deus e sua expressão na vida diária.
CONCLUSÃO
1. 2Pe 3:1-11
2. Carlos Fitch
a. Carlos Fitch, um pastor presbiteriano, aceitou a mensagem do advento ao ler as palestras de Guilherme Miller e ao conhecer Josias Litch. Ele se entregou inteiramente à proclamação do esperado advento de Cristo por ocasião do encerramento do período dos 2.300 anos, e se tornou um líder de destaque. Em 1842, ele preparou o quadro profético da estátua de Daniel 2. Sua morte se deu em decorrência de ele se ter exposto em demasia durante três cerimônias batismais que realizou numa manhã fria de outono. Aparentemente, em conseqüência disto, adoeceu e, na segunda-feira, 14 se outubro de 1844, faleceu. Oito dias antes da data esperada para o retorno de Cristo. Não é difícil imaginar os dois filhos sobreviventes perguntando em meio às lágrimas após o funeral: “Mamãe, nós veremos o papai novamente?” “Sim queridos, em poucos dias, quando Jesus retornar”. Respondeu corajosamente a Sra. Fitch. Na terça-feira à noite do dia marcado (22/10/1844) eles soluçaram: “Por que papai não veio hoje?”
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