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quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Série Levitas 3/5

PRIVILÉGIOS E RIGIDEZ NA ESCOLHA DOS SACERDOTES

Grandes eram os privilégios do sacerdócio, e de seus direitos mantidos muito ciosamente. Somente Arão e seus descendentes podiam oficiar no culto sacrifical. Êxodo 28 e 29; Levítico 8-10; Números 16-18. Unicamente quem nascesse na família podia tornar-se sacerdote. Isso deu logo grande importância à questão do nascimento e aos registros genealógicos que comprovavam esse nascimento. Todo sacerdote devia provar de modo incontestável sua ascendência de Arão. Não devia haver solução de continuidade na sucessão. Cada passo devia estar claro.

Cabia a certos sacerdotes a tarefa de examinar a genealogia de todos os candidatos. Mais tarde isso ficou a cargo do Sinédrio, que dedicava parte de seu tempo a esse mister. Se o sacerdote provasse satisfatoriamente seu direito genealógico ao ofício e fosse declarado apto no exame físico exigido – se não tivesse nenhum defeito físico que o incapacitasse para o cargo – era vestido de branco, e seu nome inscrito na lista oficial dos sacerdotes autorizados. É provável que Apocalipse 3:5 se fundamente nesse costume. Por outro lado, se não conseguisse satisfazer aos examinadores, era vestido de preto.

O defeito físico – se o registro genealógico fosse satisfatório – não excluía o sacerdote de compartilhar do sustento devido ao sacerdote do templo. Lev. 21:21-23. Se o defeito não fosse tão manifesto, podia até servir em ocupações menos importantes, tais como providenciar a lenha usada nos serviços do altar, ou como guarda.

Sendo muito sagrado o ofício sacerdotal, observavam-se estritamente os regulamentos quanto à mulher com que o sacerdote podia ou não podia casar-se. Não podia casar-se com a repudiada ou divorciada. Não se podia casar com uma prostituta ou com moça deflorada. Lev. 27:7 e 8. Podia desposar unicamente a virgem pura ou uma viúva, embora o sumo-sacerdote estivesse proibido de casar-se até com a viúva. “E ele tomará uma mulher na sua virgindade. Viúva, ou repudiada, ou desonrada, ou prostituta, estas não tomará, mas virgem dos seus povos tomará por mulher.” Lev. 21:13 e 14.

Os sacerdotes deviam também ser muito cuidadosos quanto à contaminação cerimonial. Não deviam tocar corpo morto, salvo no caso de se tratar de parente muito chegado. Ao sumo-sacerdote até isso era negado. Lev. 21:1-3; 11. Com efeito, em todos os atos de sua vida devia o sacerdote estar consciente da necessidade de manter-se afastado de tudo o que contaminasse. E esse cuidado no tocante à contaminação física era tão somente um símbolo da maior pureza espiritual. “Santidade ao Senhor” era a senha do sacerdócio.

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